Dinheiro? Não…
Desde a Grécia antiga que o Homem quer entender, qualificar e descodificar o bem-estar subjectivo – o nome científico que os investigadores utilizam para falar de felicidade. Já Sócrates defendia que a chave da felicidade estava em minimizar a ansiedade através de uma mudança das nossas atitudes e crenças. Mas não explicou como fazê-lo. E a maioria seguiu o caminho mais fácil: o de tentar «comprá-la». Poderá um carro, uma casa ou um número de sorte na lotaria garantir a felicidade eterna? Segundo um estudo de Tim Kasser, psicólogo da Universidade de Cambridge, em Inglaterra, as pessoas que interiorizam a mensagem da sociedade de consumo e manifestam como grandes objectivos de vida «ter dinheiro», «ser bonito» ou «famoso», registam níveis mais baixos de satisfação, menos experiências e emoções positivas e mostram-se mais deprimidas e ansiosas. Acima de tudo, o que os investigadores concluíram é que «o dinheiro não traz felicidade», o que pode ser verificado «quando comparamos os níveis de satisfação com os de rendimento e constatamos que, apesar de cada vez mais ricos, os nossos níveis de satisfação se mantêm estagnados», explica Paulo Lopes, professor de Psicologia na Universidade inglesa de Surrey e investigador na área da inteligência emocional.
As mais recentes pesquisas indicam que embora as pessoas dos países mais desenvolvidos sejam, regra geral, mais felizes do que as dos países pobres, deixam de apresentar diferenças significativas nos seus níveis de satisfação uma vez cumpridas as necessidades básicas. Ruut Veenhoven, socióloga da Universidade Erasmus, de Roterdão, explicou à Time que encontrou muita hostilidade quando começou a estudar as ligações entre o dinheiro e a felicidade – «era considerada uma excêntrica». Hoje, publica, no seu site científico World Data base of Happiness , mais de seis mil artigos de investigadores de todo o mundo.
Veenhoven foi uma das primeiras cientistas a concluir que os europeus que ganham menos de 10 mil euros por ano têm mais tendência para serem infelizes. Não é grande surpresa? O curioso é que uma vez ultrapassado esse nível de rendimento, a ligação entre dinheiro e felicidade se perde definitivamente. Segundo outros estudos, norte-americanos, poderá haver outro incremento na felicidade pessoal quando os rendimentos saltam a barreira dos 50 mil euros por ano. Porém, a partir dessa fasquia, que garante não só as necessidades básicas mas um grande nível de conforto, não se regista nenhuma alteração significativa nos níveis de satisfação. Edward Diener, psicólogo da Universidade de Illinois , onde é conhecido como Dr. Felicidade, comprovou-o, através de entrevistas aos 400 mais ricos da revista Forbes. Os multimilionários não se revelaram mais felizes do que os indivíduos de classe média.
Façam favor de serem felizes.
Ana Afonso
1 Comments:
a felicidade é uma utopia! :(
estão tão contente por teres voltado
beijoooooooooooooos
terça-feira, outubro 03, 2006 11:43:00 da manhã
Enviar um comentário
<< Home