Ser Feliz, é uma Decisão?

terça-feira, outubro 17, 2006

Já nascemos felizes?



Quando remove a última pá de neve que obstruía o caminho até casa, ou quando tira do forno uma tarte de limão perfeita, David Linkken sente-se invadido por uma profunda satisfação. Segundo o estudo que realizou com 300 pares de gémeos, isso poderá ser determinado em 50% – e, em certos casos, até 90% – pelos nossos genes. Este geneticista demonstrou também que todos nós temos um ponto de estabilização de felicidade, um nível de alegria ao qual se volta invariavelmente, semelhante ao mecanismo interno que nos leva a regressar a um certo peso. Daí que os vencedores da lotaria fiquem eufóricos, a princípio, mas, passados seis meses, digam sentir-se tão felizes como antes de ganhar o prémio (alguns dizem-se até menos felizes). A boa notícia é que o sistema também funciona ao contrário, como foi verificado em indivíduos que ficaram paraplégicos – eles adaptaram-se e aproximaram-se dos níveis de felicidade que registavam antes dos acidentes.
Mas nasce-se, ou não, feliz? Também. Quem não conhece um optimista nato? Alguém que encontra sempre um lado positivo das coisas, mesmo nos piores momentos da vida? O arquitecto Bruno Tinoco, 32 anos, é assim. «Acho que tive a sorte de ter uma infância muito feliz», diz, com o sorriso típico dos optimistas. O primeiro desgosto também só chegou aos 30 anos, quando terminou uma relação amorosa. E aí teve de «trabalhar activamente» contra a sua natureza: «Queria mesmo sentir-me triste.» Os seus pais não são optimistas, mas apreciam esta faceta do filho. «É a minha religião. Sou ateu, mas tenho fé que as coisas vão correr sempre bem.»
Para quem não teve a sorte de nascer optimista, os investigadores aconselham o recurso ao humor. O riso tem tantos efeitos benéficos na saúde que só poderá tornar-nos mais felizes. E, como temos tendência para mimetizar os comportamentos dos que nos rodeiam, basta ouvirmos uma gargalhada para querermos rir também. É para que os dias dos portugueses sejam um bocadinho mais felizes que João Vaz e Maria João Simões se levantam todos os dias às 4 e 30 da manhã e, das 6 às 10 horas, espalham gargalhadas através das ondas da Rádio Comercial. Às 8 e 40 junta-se-lhes Nilton, com as suas Teorias, que milhares de ouvintes seguem, religiosamente, desde há um ano e meio. O humorista recebe, semanalmente, milhares de mensagens e a maioria diz-lhe sempre o mesmo: «Obrigada por nos fazer rir, que bem precisamos.»
Escudado nos seus grandes óculos azuis, Nilton entra no programa em directo, pondo um ar sério que, só por si, já faz morrer de riso os seus companheiros das manhãs. «O português tem de deixar de ser pessimista e pensar que, seja lá o que for que lhe aconteça, podia sempre ser pior», disserta, professoralmente. «Podia, sei lá… ser um poste, e ter um cão a vir ter consigo, não era?»

Façam favor de serem felizes.

Equipa Sorrir
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