O futuro a mim pertence
É esta «arma» do bom-humor e do optimismo que a psicóloga e investigadora Helena Marujo tem levado às escolas de todo o País, com o seu projecto Educar para o Optimismo. O seu fascínio por estas matérias surgiu depois de ter concluído um estudo com mais de 2 mil crianças e jovens de colégios privados de Lisboa, em que verificou níveis altos de depressão e tendências suicidas. Foi procurando saídas para esta negra realidade que conheceu o «pai» da Psicologia Positiva, Martin Seligman , que a orienta agora num curso sobre felicidade. «Uma das revelações mais fascinantes deste curso foi a quantidade de evidências que ele já recolheu sobre como é possível construirmos a nossa realidade, a cada momento – o que vai contra a linha determinista das correntes psicanalíticas, que valorizam imenso o passado e a infância», explica.
Para a Psicologia Positiva, somos produto dos nossos genes, tal como do nosso passado, mas também arquitectos do nosso futuro. E mudar é muito mais simples do que se pensa. Um dos exemplos apontados costuma ser o clássico episódio de receber um telefonema inesperado de um amigo, num dia em que se está mal-humorado. Quando se desliga o telefone, o mundo já não parece tão negro como antes. O que os psicólogos começam agora a explicar-nos é que é possível criar situações como a do telefonema e sair do círculo vicioso da negatividade – para entrar no círculo virtuoso da felicidade.
Poderá um solitário criar mais amigos através de actos de altruísmo? Poderá um pessimista passar a ver o copo meio cheio em vez de meio vazio? Sónia Lyubomirsky acredita que tudo é possível (ver caixa Oito passos para ser feliz). Martin Seligman defende que devemos começar por descobrir quais são os nossos pontos fortes – que designa de virtudes – e reorganizar a nossa vida em função deles (pode fazer um teste em https://webmail.netcabo.pt/exchweb/bin/redir.asp?URL=http://www.authentichappiness.org/). Paulo Lopes lembra que «há pequenos hábitos e decisões simples que podem revelar-se fundamentais para a nossa felicidade» e que «é preciso ter atenção às ratoeiras e armadilhas em que caímos facilmente». Perceber, por exemplo, que as escolhas mais fáceis têm custos a curto prazo – «desistir de estudar prematuramente pode condicionar a obtenção de um emprego, por exemplo». Que é importante investir em projectos que dêem frutos a médio e longo prazo. Até porque, confirma William McDougall , professor de Psicologia Social em Harvard , «existe um tipo de felicidade mais imediato, relacionando as sensações físicas de bem-estar» e de outro tipo, «associado ao sentido da vida, aos valores e à realização de objectivos».
É importante ter projectos, porque quando se alcança um objectivo ou se realiza um desejo, queremos começar tudo de novo. Porque o que nos dá prazer é o desafio e a motivação – o motor da felicidade. «Daí que se deva investir continuamente nas relações amorosas», aconselha o professor. É preciso recriá-las e não deixar que a sensação de «objectivo atingido» se instale – ou a tendência será sempre partir para outra… O mesmo se aplica a todas as outras áreas da nossa vida. Sónia Lyubomirsky relembra uma resposta exemplar que ouviu da apresentadora norte-americana de televisão Oprah Winfrey , quando lhe perguntaram como tinha motivação para correr 7 km todos os dias: «Comprometo-me diariamente a fazê-lo de novo no dia seguinte.»
Façam favor de serem felizes.
Ana Afonso
anaafonso74@hotmail.com
Equipa Sorrir
geral@sorrir.com
www.sorrir.com
Ser Feliz, é uma decisão?
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